Segundo Sarmento "CARTA ARGUMENTATIVA é aquela que apresenta   uma reclamação e/ou solicitação, justificando-a com argumentos,sua intenção é persuadir o destinatário a tomar determinada  atitude  a fim de solucionar problemas." (2006,p.245)

Na carta argumentativa o emissor deve persuadir o interlocutor através do seu ponto de vista sobre determinado assunto. E logo, a linguagem deverá ser clara, coesa e objetiva.
A única diferença é que na carta há uma interlocução explícita, ou seja, ela é destinada a um ou mais destinatários de forma específica. O grau de formalidade dependerá do nível de intimidade estabelecido entre os interlocutores. As cartas argumentativas podem ser: carta aberta a população, carta de reclamação e carta de solicitação. Veja abaixo alguns exemplos:
CARTA DE SOLICITAÇÃO


O objetivo deste tipo de carta, como o próprio nome já diz, é fazer um pedido (solicitar algo) ao destinatário.



Porto Velho, 10 de março de 2011.

 Prezado editor,

O senhor e eu podemos afirmar com segurança que a violência em Porto Velho atingiu proporções caóticas. Para chegar a tal conclusão, não é necessário recorrer a estatísticas. Basta sairmos às ruas (a pé ou de carro) num dia de "sorte" para constatarmos pessoalmente a gravidade da situação. Mas não acredito que esse quadro seja irremediável. Se as nossas autoridades seguirem alguns exemplos nacionais e internacionais, tenho a certeza de que poderemos ter mais tranqüilidade na terceira cidade mais importante do Norte do país.

Um bom modelo de ação a ser considerado é o adotado em Vigário Geral, no Rio de Janeiro, onde foi criado, no início de 1993, o Grupo cultural Afro Reggae. A iniciativa, cujos principais alvos são o tráfico de drogas e o subemprego, tem beneficiado cerca de 750 jovens. Além de Vigário Geral, são atendidas pelo grupo as comunidades de Cidade de Deus, Cantagalo e Parada de Lucas.

Mas combater somente o narcotráfico e o problema do desemprego não basta, como nos demonstra um paradigma do exterior. Foi muito divulgado pela mídia - inclusive pelo seu jornal, O Estadão do Norte - o projeto de Tolerância Zero, adotado pela prefeitura nova-iorquina há cerca de dez anos.

Por meio desse plano, foi descoberto que, além de reprimir os homicídios relacionados ao narcotráfico (intenção inicial), seria mister combater outros crimes, não tão graves, mas que também tinham relação direta com a incidência de assassinatos. A diminuição do número de casos de furtos de veículos, por exemplo, teve repercussão positiva na redução de homicídios.
Convenhamos, senhor editor: faltam vontade e ação políticas. Já não é tempo de as nossas autoridades se espelharem em bons modelos? As iniciativas mencionadas foram somente duas de várias outras, em nosso e em outros países, que poderiam sanar ou, pelo menos, mitigar o problema da violência em Porto Velho, que tem assustado a todos.

Espero que o senhor publique esta carta como forma de exteriorizar o protesto e as propostas deste leitor, que, como todos os londrinenses, deseja viver tranqüilamente em nossa cidade.

Atenciosamente,

 M.A.

Percebeu como a estrutura da carta é dissertativa? No primeiro parágrafo – releia e confira – é apresentada a tese a ser defendida (a de que a situação da violência é grave, mas não irremediável); nos dois parágrafos subseqüentes (o desenvolvimento), são apresentadas, obedecendo ao que se pediu no enunciado, propostas para combater a violência na cidade de Londrina; e no último parágrafo, a conclusão, propõe-se que as autoridades sigam exemplos como os citados no desenvolvimento.

O leitor, o editor do jornal, “apareceu” no texto, o que é muito positivo em se tratando de uma carta. E, como não poderia deixar de ser, foram respeitados os elementos pré-textuais (cabeçalho e vocativo) e pós-textuais (expressão introdutora de assinatura e assinatura).


CARTA ABERTA A POPULAÇÃO

 A saúde de Porto Velho  Pede Socorro


O pronto Socorro João Paulo II -  Unidade de Saúde de Porto Velho, que atende a PVH e a cidades vizinhas padece de todo o tipo de carência: faltam medicamentos, médico e pessoal administrativo.
Enquanto isso, a população sofrida pelas enfermidades não encontra efetivo atendimento , perambulando por outras unidades de Porto Velho  procurando o socorro que lhe falta na unidade principal de saúde.

A Secretaria Estadual de Saúde, marcada pela inércia e pela absoluta falta de política pública de saúde, tem no improviso a sua característica mais evidente ( secretários de saúde sem experiência); ainda não começaram as devidas reformas propagadas no início do governo; não resolveu o problema de falta de pessoal como agentes de políticas públicas (antigos ATA´s) e médicos. O que dizer da qualidade de um Pronto Socorro em que há falta de especialistas em todas as áreas? Como se atende a população se há falta de leitos e pessoal capacitado?
Cega, surda e muda ao caos no setor, a atual administração reduz a saúde a mera estratégia de marketing, solapando o Sistema Único de Saúde (SUS) .O resultado é a tragédia diária de uma população desassistida e sofrida que, em pesquisas recentes, rejeitou com o índice de 70% a saúde da antiga e  atual administração. Os graves problemas que atingem o João Paulo são recorrentes a todas as demais UBS´s do Estado.

De um lado a insensibilidade da prefeitura (fazendo licitações com empresas que quebram e não dão continuidade a construção das Unidades Básicas, de outro o povo no devido enfrentamento ao caos sem saber o que fazer.
Implantou-se um sistema de atendimento que vem deixando muito a desejar: não funciona, a toda hora cai o sistema,não se consegue sequer agendar as cirurgias que são adiadas constantemente e mais, não deram treinamento aos funcionários causando uma verdadeira guerra no atendimento entre funcionários e população.

Tem-se, assim, mais uma prova de uma verdadeira improvisação que causa filas imensas, discussões e até agressões. Assim, fartos de esperar, porque a doença não espera, o Movimento Popular de Saúde de Porto Velho  exige o fim do caótico estado de saúde na zona leste, oeste,sul e norte da cidade de PVH.

Leia outro exemplo de carta aberta no link:
http://www.r2cpress.com.br/v1/2011/03/02/carta-aberta-a-populacao/



CARTA DE RECLAMAÇÃO

A carta de reclamação é utilizada quando o remetente descreve um problema ocorrido a um destinatário que pode resolvê-lo. É considerado um texto persuasivo, pois o interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a encontrar uma solução para o problema apontado na carta.